Mundo
Guerra no Médio Oriente
Israel e Líbano "longe" da normalização diplomática
O primeiro-ministro libanês, Nawaf Salam, admite que o país está “longe” de normalizar as suas relações económicas e diplomáticas com Israel.
As declarações foram feitas esta quarta-feira, no dia em que o Líbano e Israel estabeleceram o ser primeiro contacto direto em 40 anos.
"[As negociações] económicas serão parte da normalização [com Israel], e a normalização virá depois da paz. Não pode preceder a paz”, afirma o chefe de governo libanês aos jornalistas, após um comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu ter apelidado o encontro entre os dois países como “a primeira tentativa de criar uma base para um relacionamento e cooperação económica”.
No entanto, Salam afirma que Beirute está “preparada” para estabelecer diálogo com Israel para além das questões de segurança, mas que as negociações terão de ter em conta “o fim das hostilidades” e a “retirada completa de Israel” do território libanês, nomeadamente do sul do país.
Para além disso, o primeiro-ministro libanês reafirma o comprometimento para com a Iniciativa de Paz Árabe de 2002, que condiciona a normalização de relações diplomáticas com Israel à criação do Estado da Palestina.
Primeiro encontro em quatro décadas
As declarações do chefe do Governo libanês acontecem no dia em que teve lugar um encontro da comissão militar de monitorização, criada após o cessar-fogo assinado com Israel em novembro de 2024.A presença de apenas diplomatas representou o primeiro encontro direto entre os dois países em mais de 40 anos.
Em comunicado, o gabinete de Netanyahu afirma que o encontro “ocorreu num clima cordial” e que as partes “concordaram em manter um diálogo mais aprofundado”.
Israel também exigiu o desarmamento “obrigatório” do grupo fundamentalista Hezbollah.
Incumprimento do cessar-fogo de 2024
Apesar do cessar-fogo assinado entre os dois países, em novembro de 2024, o Líbano tem sido alvo constante de ataques militares por parte das Forças de Defesa de Israel (IDF) nas últimas semanas, com o objetivo de destruir instalações do Hezbollah.Os ataques já provocaram mais de 300 mortos, cerca de 130 deles civis, de acordo com as Nações Unidas.
Israel mantem posições militares no sul do Líbano, apesar do cessar-fogo incluir a retirada do país.
A justificação dada por Telavive de evitar o rearmamento do Hezbollah tem sido contestada, tendo o primeiro-ministro libanês afirmado estar aberto para expandir o mandato da comissão militar de monitorização do cessar-fogo para incluir uma investigação às alegações israelitas.
Desarmamento do Hezbollah
O grupo fundamentalista islâmico tem sido descrito como um “Estado dentro do Estado”, afirmando ter uma força paramilitar de 100 mil milicianos, financiada pelo regime iraniano. O Hezbollah está em guerra com Israel desde os ataques de 7 de outubro de 2023, tendo sofrido várias baixas, incluindo o assassinato do seu líder, Hassan Nasrallah, em 2024, por parte das IDF.
Em setembro de 2025, o Governo libanês aprovou um plano para desarmar os grupos paramilitares a atuar no país, sobretudo o Hezbollah, para centralizar a força militar no Estado, após forte pressão internacional, mas ainda não concretizado.
O grupo recusa o desarmamento, alegando ser uma tentativa de “enfraquecimento” do Líbano por parte dos Estados Unidos e de Israel.
"[As negociações] económicas serão parte da normalização [com Israel], e a normalização virá depois da paz. Não pode preceder a paz”, afirma o chefe de governo libanês aos jornalistas, após um comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu ter apelidado o encontro entre os dois países como “a primeira tentativa de criar uma base para um relacionamento e cooperação económica”.
No entanto, Salam afirma que Beirute está “preparada” para estabelecer diálogo com Israel para além das questões de segurança, mas que as negociações terão de ter em conta “o fim das hostilidades” e a “retirada completa de Israel” do território libanês, nomeadamente do sul do país.
Para além disso, o primeiro-ministro libanês reafirma o comprometimento para com a Iniciativa de Paz Árabe de 2002, que condiciona a normalização de relações diplomáticas com Israel à criação do Estado da Palestina.
Primeiro encontro em quatro décadas
As declarações do chefe do Governo libanês acontecem no dia em que teve lugar um encontro da comissão militar de monitorização, criada após o cessar-fogo assinado com Israel em novembro de 2024.A presença de apenas diplomatas representou o primeiro encontro direto entre os dois países em mais de 40 anos.
Em comunicado, o gabinete de Netanyahu afirma que o encontro “ocorreu num clima cordial” e que as partes “concordaram em manter um diálogo mais aprofundado”.
Israel também exigiu o desarmamento “obrigatório” do grupo fundamentalista Hezbollah.
Incumprimento do cessar-fogo de 2024
Apesar do cessar-fogo assinado entre os dois países, em novembro de 2024, o Líbano tem sido alvo constante de ataques militares por parte das Forças de Defesa de Israel (IDF) nas últimas semanas, com o objetivo de destruir instalações do Hezbollah.Os ataques já provocaram mais de 300 mortos, cerca de 130 deles civis, de acordo com as Nações Unidas.
Israel mantem posições militares no sul do Líbano, apesar do cessar-fogo incluir a retirada do país.
A justificação dada por Telavive de evitar o rearmamento do Hezbollah tem sido contestada, tendo o primeiro-ministro libanês afirmado estar aberto para expandir o mandato da comissão militar de monitorização do cessar-fogo para incluir uma investigação às alegações israelitas.
Desarmamento do Hezbollah
O grupo fundamentalista islâmico tem sido descrito como um “Estado dentro do Estado”, afirmando ter uma força paramilitar de 100 mil milicianos, financiada pelo regime iraniano. O Hezbollah está em guerra com Israel desde os ataques de 7 de outubro de 2023, tendo sofrido várias baixas, incluindo o assassinato do seu líder, Hassan Nasrallah, em 2024, por parte das IDF.
Em setembro de 2025, o Governo libanês aprovou um plano para desarmar os grupos paramilitares a atuar no país, sobretudo o Hezbollah, para centralizar a força militar no Estado, após forte pressão internacional, mas ainda não concretizado.
O grupo recusa o desarmamento, alegando ser uma tentativa de “enfraquecimento” do Líbano por parte dos Estados Unidos e de Israel.